Problemas do amor

"... que vosso amor cresça cada vez mais
no pleno conhecimento
e em todo o discernimento."
Paulo (Filipenses, 1:9)

O amor é a força divina do Universo.
É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplicação.
Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se "avareza"; quando se atormenta, de modo exclusivo, pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma força converte-se nele em "egoísmo"; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina em sua órbita chama-se "inveja".
Paulo, escrevendo à amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance. Assegura que "o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento,afim de que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes."
Instruamo-nos, pois, para conhecer.
Eduquemo-nos para discernir.
Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus.
Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque, muitas vezes, o nosso amor é simplesmente querer e tão somente com o "querer" é possível desfigurar, impensadamente, os mais belos quadros da vida.


Fonte: Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva Capítulo 91, página 211-212

Cultiva a paz



"Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se apegam, voluptuosamente, à própria desesperação? quantos revoltados fogem à luz da paciência? quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos? quantos tristes escapam, voluntariamente, às bençãos da esperança?

Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.

Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.

Exigem que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.

Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante.

Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.

Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã , sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem, como intransferível conquista de cada um."




Fonte: Xavier, Francisco Cândido. Vinha de luz. Ed. Especial, Rio de Janeiro FEB 2005 Cap. 65 pág. 145-146




3º Congresso Espírita Brasileiro


Vem ai o 3º Congresso Espírita Brasileiro com o tema: "Centenário de Chico Xavier - Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec", de 16 a 18 de abril de 2010 no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília - DF.
As inscrições encerrarão dia 25/03/10 e devem ser feitas pelo site www.100anoschicoxavier.com.br
Eis uma ótima oportunidade de aprendermos com este que foi o médium mais conhecido de nossos tempos. Não deixe de participar.
Para mais informações acesse os sites www.febnet.org.br ou www.100anoschicoxavier.com.br



Construamos a paz

O constante contato com a violência e a agressividade, seja em caráter individual ou através das notícias veiculadas por todos os meios de comunicação, quase sempre apresentadas de forma alarmante, vem desgastando consideravelmente o ser humano.

Nas situações em que essa violência gera um impacto pessoal e social maior, esse ser humano se angustia e parte em busca da paz. Nesse momento constata que a paz por todos nós buscada não se acha pronta: é necessário construí-la. Na conversação que mantinha com os discípulos pouco antes de iniciar o seu calvário, Jesus observou: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vou-la dou como o mundo a dá."* Realmente, a paz que o mundo nos dá é ainda marcada com a ideia da ausência de guerra, de doença e de dor, e também com a imagem da inatividade, da preguiça,do comodismo.

A paz que Jesus nos deixa, todavia, caracteriza-se pela vivência das Leis Morais que Ele nos ensinou e exemplificou, Leis essas que são incompatíveis com a inércia, com o egoísmo, com o orgulho e com os caprichos pessoais.

A prática da Lei de Amor, que o Evangelho nos revela, implica uma ação permanente voltada ao propósito de nos melhorar, não apenas no que diz respeito à conquista de conhecimentos que ainda não possuímos, mas, acima de tudo, à conquista de valores morais que permitam conviver em harmonia com a nossa própria consciência - onde está escrita a Lei de Deus, como esclarecem os Espíritos Superiores.** Para conquistar a paz que buscamos, não é, pois, suficiente deixar de fazer o mal; é necessário fazer o bem no limite das nossas forças.

Sem dúvida, a paz que necessitamos e que buscamos se encontra dentro de nós, e a desenvolveremos colocando em prática a máxima: "Fora da Caridade não há salvação." Mesmo que ao nosso redor ocorra a violência e a miséria, se estivermos sinceramente empenhados em trabalhar pelo nosso próprio aprimoramento, amando o próximo e auxiliando-o nas suas carências, estaremos vivenciando, tanto quanto nos seja possível, a Lei de Amor, estaremos em paz com Deus e, por consequência, em paz conosco mesmos.

Jesus encerra a conversação com os discípulos, a que nos referimos, com a seguinte observação: "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo."***

Se quisermos realmente encontrar a verdadeira paz, aprendamos a construí-la em nós mesmos, promovendo e fazendo o bem, tendo por diretriz a prática do Evangelho.


*João, 14:27.
**Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 621.
***João, 16:33.

(Revista Reformador - nº 2.122 Janeiro 2006)