Imagem da web
A Doutrina Espírita apóia-se num tripé que a faz ser, notadamente, coesa: ciência, filosofia e religião. E, embora não esteja escrito, às claras, entre essas três palavras, mas sua abordagem é eminentemente educativa.
A Codificação Espírita foi organizada por um homem que, além de várias profissões e atributos era Pedagogo. Consequentemente, a forma didática de apresentar o Espiritismo e de sugerir o modo de estudá-lo e vivenciá-lo, não seria distante dos preceitos da educação.
Allan Kardec (Codificador do Espiritismo)
Este preâmbulo foi feito para direcionar melhor a atenção do amigo leitor quanto à questão que trazemos nesse texto. A Revista Veja, na sua edição de número 2362, de 26 de fevereiro do ano corrente, trás uma entrevista com o diretor de uma empresa bélica sueca que, entre outros assuntos tratou do tema educação.
As perguntas do entrevistador, como a meu ver, é o perfil do periódico, tentavam direcionar Hakan Buske, a falar algo que subentendesse corrupção, falcatruas e a tecer críticas ao Brasil e ao governo no tocante a política e educação, mas, como um homem distinto, bem formado e informado, Buskhe soube responder de forma objetiva e tentando fazer o jornalista entender que nem tudo no Brasil é bandidagem.
Mas, esse texto é para dar ênfase à penúltima pergunta feita na entrevista e que foi a menos ácida, embora tentando mostrar que os outros tem educação e nós não. A transcreveremos de forma literal para não gerar dubiedades:
VEJA - "É possível dizer que o sucesso das empresas suecas deve muito a um dos sistemas educacionais mais eficientes do planeta?"
Atentemo-nos para a resposta do administrador:
H.B. - "Sim, é a chave de tudo. Nós não somos nem mais inteligentes nem mais burros do que os outros povos, mas gostamos de trabalhar em grupo, o que acelera o aparecimento de resultados. Essa cultura do consenso é inculcada desde a escola básica. O outro aspecto a destacar é que nós aprendemos a gostar de aprender. Isso se deve ao fato de que, desde o ensino básico, respeitamos as tentativas de cada aluno, mesmo quando antecipamos que estão no caminho errado, porque isso é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio. Não menos importante, a Suécia gasta 10% do seu PIB em educação, o índice mais alto entre todos os países do mundo. E, por último, as empresas suecas, estimulam continuamente a inovação. Na Saab, gastamos 28% do nosso dinheiro em pesquisa.
Amigo leitor, espíritas, confrades. Pela resposta desse senhor percebemos que o planeta já admite e percebe a necessidade de educar-se educando e transformar transformando-se. Na casa espírita, precisamos adotar modelos de estudos que facilitem a cooperação entre os pares, dando voz e vez às pessoas para manifestarem suas opiniões, mesmo que, a priori, descabidas, mas que mais tarde encontrarão bom senso.
Percebemos ainda muita pressa nas pessoas em querer um mundo regenerado, sem estarmos regenerados. Porque leem, quero dizer leem (por que quem estuda age diferente), algumas obras espíritas, (diga-se de passagem, nem sempre é a codificação) arvoram-se a disparar críticas, comportar-se de forma avarenta exigindo perfeição alheia.
Disse-nos Kardec que o Espiritismo não apresenta falha em suas bases, mas homens falhos em suas práticas. Isso por entender que somos seres em evolução e não absolutamente evoluídos.
Portanto, dignos amigos, na fase em que o planeta se encontra, no país em que vivemos e com a Doutrina que estudamos, o momento é de nos darmos as mãos, estudarmos juntos, usar das virtudes para compreender, apoiar, perdoar e ajudar. Não temos mais tempo para querelas, motins, disputas religiosas, arrogâncias no falar, egoísmo e orgulho julgando-se saber mais que os demais quando ainda não aprendemos sequer a nos desfazermos de apegos materiais ligados aos prazeres da carne que só viciam e adoecem.
Adverte-nos Dr. Bezerra de Menezes. São chegados os tempos! A hora portanto, é de nos educarmos e agir no bem.
Nosso texto é uma reflexão sobre os tempos atuais, dentro da perspectiva de que podemos contribuir falando e escrevendo coisas boas e não apenas textos que julgam, denigrem, apedrejam a quem quer que seja. Como jornalista, não vejo a hora da imprensa brasileira se tocar que, repercutir apenas o mal, só faz com que mais males sejam gerados.
Que Deus nos ilumine a todos!
Samuel Aguiar
Pedagogo e Jornalista
Vice-Presidente do Centro Espírita Caridade e Fé
Presidente da União Municipal Espírita de Parnaíba