No campo do destino




No tempo infinito, o "hoje" é o reflexo do nosso "ontem", tanto quanto o "amanhã" será, como é justo, a projeção do nosso "hoje".
Eis porque a estreita existência do espírito, no circulo da vida física, antes de tudo, vale por bendita oportunidade à renovação de si mesmo.
A reencarnação, por isso, não será tão-somente resgate de transgressões, mas ensejo de modificações das causas que criam o destino, com visitas à futura alegria da consciência redimida ao sol da imortalidade.
Todavia, para que o homem se valha de semelhante recurso na construção do porvir, é indispensável transforme a antiga conceituação que lhe rege os passos evolutivos, aceitando a responsabilidade de viver, segundo as Leis Divinas, que é o Infinito Bem por toda parte, convertendo a trilha que lhe é própria em estrada de amor para os que o cercam, de vez que estabelecendo a harmonia e a segurança, a paz e o reconforto para os outros, será fatalmente investido na posse da verdadeira felicidade.
Recebe, cada dia, por flama de luz que podes aproveitar no engrandecimento da vida que te rodeia.
Para isso, porém, recolhe os talentos da provação, do trabalho e da dor à maneira da pedra, que encontra no martelo e no buril, que lhe dilaceram a forma, os instrumentos capazes de conduzi-la à condição de obra-prima que pode ser.
Auxilia sem esperar que te auxiliem, ama sem exigir que te amem, compreende sem aguardar a compreensão alheia, justifica o próximo sem a preocupação de seres justiçado, serve sem recompensa e, pouco a pouco, experimentarás em ti mesmo a grande transformação.
É que terás sublimado as causas de teu caminho e expulsado as sombras que te prendem às teias da vida humana, estarás refletindo, sem perceber, desde a Terra, o esplendor do Céu.
Cultiva o trabalho constante, o silêncio oportuno e a generosidade sadia e conquistarás o respeito, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.
(Do livro "Alvorada do Reino', pelo Espírito Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

Retrato da amizade

Agradeço, alma fraterna e boa,
O amor que no teu gesto se condensa,
deixando, ao longe a festa, o ruído e o repouso
Para dar-me presença...
Sofres sem reclamar, enquanto exponho
Minhas ideias diminutas
E anoto como é grande o teu carinho,
No sereno sorriso em que me escutas.
Não sei dizer-te a gratidão que guardo
Pelas doce palavras que me dizes,
Amenizando as lutas que carrego
Em meus impulsos infelizes...
Auxilias-me a ver, sem barulho ou reproche,
Dos trilhos para o bem o mais perto e mais curto,
Sem cobrar pagamentos ou louvores
Pelo valor do tempo que te furto.
Aceitas-me, no todo, como sou,
Nunca me perguntaste de onde vim,
Nem me solicitaste qualquer conta
Da enorme imperfeição que trago em mim!...
Agradeço-te, ainda, o socorro espontâneo
Que me estendes à vida, estrada afora,
Para que as minhas mãos se façam mensageiras
De consolo a quem chora!...
Louvado seja Deus, alma querida e bela,
Pelo conforto de teu braço irmão,
Por tudo o que tens sido em meu caminho,
Por tudo o que me dás ao coração!...

(Francisco Cândido Xavier, por Maria Dolores. In: Antologia da Espiritualidade)

Amor

Não te apresses, no amor, e descobrirás que já começaste a amar, quando sentires necessidade de doar e doar-te sem desejares receber nada de retribuição.
O amor de Deus faculta que os anjos guardiães, responsáveis pela evolução dos seres, inspirem e emulem os homens ao crescimento, favorecendo o desabrochar das potencialidades, que dormem latentes em todos.
O amor que compreende o erro é êmulo do amor que reeduca, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.
Quanto mais ames, menos serás atingido pelas farpas do mal, pois que a tua compreensão dilatada abrirá os espaços à vida, colhendo somente os efeitos da paz.
O amro dilui sombras dos sentimentos negativos, imprimindo o selo da mansidão em todos os atos.


(Divaldo Pereira Franco por Joanna de ângelis e Eros, in Amor)

Senhor, ajuda-me a perdoar

"Senhor, eu gostaria tanto de poder perdoar. Disponho-me a isso. Oro e tenho a impressão de que lavei meu coração de toda mágoa.
Contudo, basta que eu reveja quem me agrediu, caluniou, traiu e todo o sentimento retorna.
Isso está me fazendo muito mal, Senhor. Sinto um peso dentro de mim, um mal-estar e tenho a impressão de que perdi um tanto da capacidade de amar.
Em função do que padeci, tornei-me desconfiado. Quando um amigo me abraça, não me entrego em totalidade. Fico pensando se ele está sendo sincero.
Se não estará, como outros, demonstrando uma afeição que não lhe habita a alma, somente por conveniência. Pior ainda, fico cogitando quando esse amigo me oferecerá o fruto amargo do abandono.
Isso é muito ruim, Senhor, eu sei. Contudo, tornei-me assim, depois de tantas ingratidões recebidas, em tantos afastamentos constatados, em tantas evasões de pessoas a quem entreguei meu coração.
Recorro às páginas do Evangelho e as leio, entre a emoção e o desassossego. Pesquiso as vidas dos grandes seguidores da Tua mensagem e me indago:
Por que eles conseguiram perdoar? O que me falta para isso?
Na tela da memória, evoco a imagem do primeiro mártir do Cristianismo, Estevão, apedrejado por amor à verdade que propagava.
Ainda agonizante, ao lado da irmã, que descobre noiva do seu verdugo, tem palavras de perdão. Não são palavras de quem, por estar morrendo, resolve doar o perdão.
São palavras de quem se mostra agradecido por reencontrar a irmã querida depois de tantos anos de separação que lhes fora imposta.
São palavras de quem está feliz e poderá morrer tranquilo, não somente por ter sido fiel a Jesus até o fim, mas por saber que sua irmã estará bem amparada por aquele mesmo que a ele tirou a vida.
Cristo os abençoe... Não tenho no teu noivo um inimigo, tenho um irmão...
Saulo deve ser bom e generoso. Defendeu Moisés até o fim... Quando conhecer Jesus, servi-lO-à com o mesmo fervor...
Sê para ele a companheira amorosa e fiel...
Perdão incondicional. Ele poderia pensar em que poderia gozar da felicidade de tornar a conviver com a irmã, depois de tantos anos.
Voltar a estarem juntos, como dantes da tragédia que os separara, Mas, não.
Suas palavras não são de reprovação a quem o condenara ao apedrejamento. Nele somente há perdão.
Por tudo isso, Senhor, eu Te peço: Ajuda-me a perdoar. Ensina-me a perdoar. Promove em mim a mudança para melhor.
Não permitas que eu me perca pelas ruelas sombrias da mágoa, da tristeza e do desencanto.
Eu desejo voltar a acreditar nas pessoas, a crer na amizade sincera, na doação sem jaça.
Recordando o Teu exemplo extraordinário na cruz, preocupando-te com aqueles que Te haviam infligido tanto sofrimento e morte, eu Te peço: Ajuda-me.
Tenho certeza de que, quando o perdão puder ser a tônica dos meus atos, eu voltarei a sorrir, a ter fé, a viver intensamente.
Ajuda-me, pois, Senhor Jesus, a perdoar. Porque, não somente desejo ser feliz, mas igualmente almejo ser, para os que comigo convivem, motivo de contentamento e de alegria."

Ciúme

Os ciumentos não precisam de causa para o ciúme: tem ciúme, nada mais. O ciúme é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce.
William Shakespeare apresenta em sua obra Otelo, uma análise profunda, incomoda e intensa desse grande gigante da alma, o ciúme.
Na clássica peça Shakesperiana, o General mouro Otelo é envenenado pela desconfiança, vinda do verbo afiado e sorrateiro de seu alferes, Iago.
Iago, também por ciúme e inveja, procura uma forma de destruir seu amo e sua amada, Desdêmona, e encontra nesse poderoso tóxico a maneira de promover sua vendeta.
Procurando descobrir mais sobre esta fragilidade humana, vamos perceber o ciúme como a inquietação mental causada por suspeita ou receio de rivalidade nos relacionamentos humanos.
É uma espécie de distorção, um exagero, um desequilíbrio do sentimento de zelo.
Adentrando na intimidade deste sentimento, vamos descobrir que ele é medo. Medo de algum dia sermos dispensáveis à pessoa com a qual nos relacionamos.
Medo de sermos abandonados, rejeitados ou menosprezados. Medo de não mais sermos importantes. Medo de não sermos mais amados, enfim, é, de certa forma, medo de solidão.
O psiquiatra e psicoterapeuta Eduardo Ferreira Santos revela que tal sentimento é totalmente voltado para si mesmo, egocentrado, e, por esta afirmação, podemos entender o porquê da frase do personagem Iago, de Shakespeare, dizendo que o ciúme não precisa de causas exteriores, que se gera em si mesmo.
Suas causas anteriores, segundo o Espírito Joana de Ângelis, são encontradas principalmente na insegurança psicológica, na baixa auto-estima, no orgulho avassalador que não suporta rivalidades.
E no egoísmo, que ainda nos faz ver aqueles que estão à nossa volta como posses.
O ser inseguro transfere para o outro a causa desta insegurança, dizendo-se vítima, quando apenas é escravo de ideias absurdas, fantasias, ilusões, criadas em sua mente, que ateiam incêndios em ocorrências imaginárias.
Agravado, este sentir leva a psicoses, a problemas neuropsiquiatricos, como diversos tipos de disritmias cerebrais, sendo causador de agressões físicas e crimes passionais.
O ciúme é um sinal de alerta, mostrando que algo não vai bem, que algo precisa ser reparado, repensado.
A terapia para o ciúme passa pelo autoconhecimento, quando percebemos a fragilidade em nós, e tomamos atitudes práticas de autocontrole, autodisciplina, para erradicá-lo gradualmente da vida.
O tratamento também também prescreve uma reconquista da autoestima, da confiança em si mesmo, tornando-nos menos sensíveis às investidas cruéis desse vício moral.
Finalmente, as ações no bem, que fazem com que a alma se doe e amplie seu leque de relações, também colabora significativamente para educar o sentimento de posse exacerbado e inquieto.
O amor não precisa do sal do ciúme para temperar as relações. O sabor de todo relacionamento sadio virá da confiança irrestrita e do altruísmo, que pensa sempre no bem do outro.
Redação do Momento Espírita com base no cap. Ciúme do livro O ser consciente, pelo Espírito Joanna de ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed. Leal


C. E. Caridade e Fé comemora 53 anos de atividades


A casa realizará a palestra “Mediunidade e Casa Espírita” dia 26 de março em sua sede. O tema une o aniversário da casa e o sesquicentenário de O Livro dos Médiuns.

O evento acontecerá a partir das 19:30 hs e a palestra será proferida pela oradora espírita Marcianny Aragão, da Federação Espírita Piauiense. Neste ano a casa celebra seus 53 anos de atividades e aproveitará o evento para, também homenagear sua fundadora, ainda viva, Maria Dolores Aguiar.



Semana Espírita Chico Xavier homenageará O Livro dos Médiuns


A Semana é uma das programações oficiais do Movimento Espírita Parnaibano e homenageia os 150 de O Livro dos Médiuns em 2011. A médica e oradora espírita, Dra. Kátia Marabuco, é uma das conferencistas. Na programação haverá palestra dedicada a médicos e profissionais da saúde.

A Semana Espírita Chico Xavier acontecerá em Parnaíba entre os dias 02 a 08 de abril. O evento faz parte do calendário oficial de atividades do Movimento Espírita de Parnaíba e, neste ano, trás a médica, oradora espírita e Presidente da Associação Médico Espírita, Núcleo Piauí, Dra. Kátia Marabuco.

Dra. Kátia abrirá a programação com duas palestras: a primeira às 17hs do dia 02 de abril no auditório da UNIMED com o tema: "Emoções e a Medicina Psicossomática. A temática é direcionada aos profissionais e estudantes das áreas de saúde, em especial, os médicos. Às 19:30 hs, a palestrante trabalhará com o tema: "O Porque da Vida: A Angústia do Homem Moderno Frente aos Desafios". A palestra acontecerá no auditório da UESPI e é aberta ao público.

De domingo à sexta-feira a programação acontecerá nas casas espíritas e trabalhará, mais propriamente dito, como tema central: "O Livro dos Médiuns e seu Sesquicentenário". No dia 03, às 18:30 hs, acontecerá simultaneamente nas casas Semente Cristã e Humberto de Campos, a exibição do filme Nosso Lar.

De segunda a sexta os temas e locais ficaram assim definidos:

04/04 - Influência Moral dos Médiuns nas Comunicações  
Local: C. E. Semente Cristã;

05/04 - Abordagem Histórica de O Livro dos Médiuns
Local: C. E. Caridade e Fé;

06/-4 - O Médium como Trabalhador do Bem  
Local: C. E. Chico Xavier;

07/04 - Inconvenientes e Perigos da Mediunidade  
Local: C. E, Humberto de Campos;

08/04 - Mediunidade Gratuita  
Local: C. E. Vida e Progresso.

As palestras acontecerão sempre as 19:30hs e será uma ótima oportunidade para espíritas e simpatizantes refletirem e compreenderem um pouco mais sobre a Mediunidade e seus pormenores.

Fragilidade


Se te sentes emocionalmente frágil, não hesites em procurar auxílio. 
Não há quem não necessite de falar e de ser ouvido. 
Compartilha a tua ansiedade e os teus medos com um amigo. 
Se necessário, recorre, inclusive, aos préstimos de um profissional competente e honesto.
Na caminhada árdua, não há quem dispense o apoio de alguém. 
Todavia não te esqueça que a tua fragilidade íntima pode ter como causa a tua indiferença diante dos outros. 
Quem se transforma numa ilha se surpreende de repente em solitário sofrimento. 
O teu inconsciente cobra-te atitudes positivas em relação à vida. 
Que dirias do sedento que não se importasse com a fonte que lhe mitiga a sede? 
Quem colhe sem semear termina de mãos vazias. 
Terás ou não terás na medida certa do que deres ou deixares de dar.

Pelo espírito Irmão José
Fonte: blog Lar da Caridade

A Quaresma segundo o Espiritismo



A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas protestantes marcam para preparar os crentes para a grande festa da Páscoa.

Durante este período os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da caridade e da oração.

A Quaresma dura 40 dias. Começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo de Ramos. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como “pretensos” filhos de Deus.

Essa também é uma época muito especial para o Plano Espiritual.
Afinal a Espiritualidade está sempre atenta a todas as possibilidades de ajuda, de resgate e de esclarecimento dos nossos irmãos desencarnados que estão passando por momentos de “loucura”, “fuga de si mesmo”, “arrependimento”, enfim, que estão estagiando nas trevas criadas por eles mesmos.

É essa oportunidade que o Plano Superior aproveita para poder resgatar aqueles que tocados por esse período de penitência e meditação, se desvinculam de seu sofrimento íntimo e rogam por socorro.

Afinal de contas são milhares de cristãos, que nesse momento mudam a psicosfera do Plano Físico e Espiritual e tocam aqueles que lhes são caros e que estão estagiando nas zonas umbralinas, e são esses últimos os mais beneficiados por esse recolhimento, porque eles ficam mais suscetíveis aos socorristas de todas as horas.

É por esse e por vários outros motivos que toda religião ou crença tem seu valor, sua necessidade de existir e todos estão certos dentro do que acreditam.

E como o nosso Pai Maior não nos desampara em momento algum, a sua misericórdia chega através das mãos daqueles que nos possam atingir.

A CARIDADE É A ESSÊNCIA DE TUDO!!!

Devemos ter sempre a fraternidade em nossos lábios e aproveitar a época oportuna e orar pela humanidade.

Se já o fazemos, continuemos com nossas preces nos unindo agora aos nossos irmãos de outras religiões para que o amor esteja sempre presente em nossos corações.

"O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo". (Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo VIII)

Baseado em artigo publicado no Blog Ensaios Espíritas.

Fonte: Blog do Lar da Caridade 
Imagem: Arquivos Google

O que o Espiritismo diz sobre o Carnaval



Nessa época do ano é muito freqüente a pergunta: “o que o Espiritismo acha desta festa popular?” Na verdade o Espiritismo significa o estudo do Espírito e por conseqüência a sua relação com o meio, inúmeros temas do nosso cotidiano não foram abordados diretamente por Kardec, até mesmo pela inexistência dos mesmos na época da codificação, no entanto, sabendo que o conhecimento e os costumes não param o próprio Kardec anteviu que outros conceitos se formariam. Estes conceitos podem ser chamados de espíritas quando vão de encontro às bases da codificação.

Em relação aos temas polêmicos haverá sempre o não entendimento da essência espírita e por isso haverá opiniões divergentes. Vamos colocar alguns pontos para que se possa refletir sobre o período que passou.

O Carnaval tem sua origem nas festas do antigo Egito em devoção ao deus Osíris. Festas periódicas que também ocorriam na Grécia e Roma. Na versão mais moderna o Carnaval se consolidou com a festa que antecedia 40 dias da quaresma - um período em que era comum o jejum e adoração aos deuses. Carnaval significa: “carne pode” se estendesse para gula pode, música pode, sexo pode, dança pode, enfim aos prazeres da “carne”, entendido por Kardec como os prazeres do Espírito numa condição inferior.

Cada nação tinha a característica mais marcante. No Brasil o Carnaval chegou em 1641 - foi uma semana de comemoração a D. João VI e pouco a pouco a comemoração anual foi se consolidando no calendário. Muitos anos se passaram os conceitos religiosos mudaram, a civilização é dominante, as regras sociais avançaram, mas a expressão “tudo pode” ainda se adequa perfeitamente a esta festa no nosso país.

Assim como antes, o Carnaval ganha características regionais, ritmos variados, expressões distintas, no entanto os ingredientes que compõem esta época, dita tão alegre, são os mesmos: exibição de corpos que impressionam fortemente os impulsos humanos, porque não dizer impulsos animais, a sedução é temática constante, a exposição do magnífico corpo humano a situações extremas de resistência, a ilusão da riqueza, do poder e do luxo. O alcoolismo, o tabagismo, as drogas ilícitas completam o tempero - parece que todos podem se entregar aos prazeres freados pela sociedade durante os outros 360 dias do ano. Ainda há aqueles que adiam ou esquecem seus problemas, afinal é Carnaval - o comércio para, a indústria para, a escola para, até alguns Centros Espíritas param, para que os foliões satisfaçam a sede do prazer.

O Espiritismo esclarece que o pensamento altera o meio, atrai pensamentos semelhantes. Por que o Espiritismo será a base da mudança no planeta? - porque promoverá uma silenciosa revolução na humanidade - a revolução do amor - despertará os valores morais estimulando, levando pessoas a pensarem com otimismo, com tolerância, com amor e assim mudaremos a atmosfera, ela ficará suave como é a nossa constituição íntima. Agora podemos imaginar como fica esta atmosfera quando milhões e milhões de pessoas estão sintonizadas na sedução, sexo desvairado, e todos outros fatores que relatamos.

A televisão se rende e leva as festas carnavalescas como ponto alto em sua programação influenciando, ainda mais, as mentes invigilantes. Até as campanhas bem intencionadas contribuem para esta realidade - os adolescentes e todos escutam que no Carnaval todos devem usar camisinha - mostre que você cresceu - qual a mensagem que fica retida na frágil imaginação? no Carnaval está liberado? A tônica faz que muitos sintonizem nas vibrações grosseiras oferecendo campo para a aproximação e ligação com Espíritos sedutores e mal intencionados. Como esquecer de uma das lições da coleção André Luiz, em que o autor descreve a migração de falange de Espíritos trevosos, mais parecendo sombras se aproximarem das cidades brasileiras em um carnaval? Como diz André Luiz o ar fica irrespirável.

Dadas estas considerações o que podemos concluir é o que o Espiritismo acha do Carnaval? Não acha nada - esclarece quais são as conseqüências dos atos, deixando para nós escolhermos os caminhos.

Alguém convida para um baile. Pode ser perguntado - o que vou encontrar num baile, como estará o ambiente? E para sentirmos o que isto pode significar vamos trazer para impressões visuais e comparar. Se alguém diz tem uma árvore muito boa em um bairro tal. O fruto dela é delicioso. Sabendo que neste bairro há criminosos, que há grupos de drogados, há prostituição você iria para esse bairro mesmo se sua intenção era só pegar a fruta? Se arriscaria para pegar algo tão inofensivo? Pois bem, nos bailes de Carnaval não há como não ter a presença de Espíritos encarnados e desencarnados com mentes muito poluídas, transformando um ambiente asfixiante para aquele que já passou a sentir o ar do equilíbrio. Há alguns que dizem: participei das festas para dar meu testemunho, numa técnica muito comum, a da justificativa para os atos. Testemunho para que? Para quem está alcoolizado, para os interessados no sexo irresponsável, para os que querem e são autorizados a satisfazer suas paixões mais intrínsecas? Ao se sentir atraído por uma festa assim cabe um momento para pensar: quais são as verdadeiras intenções? O que se está buscando na realidade?

É claro que há o outro lado também. Há uma lição belíssima no “Evangelho Segundo o Espiritismo” chamada o homem no mundo, do autor autonomeado “um Espírito protetor”, nos lembra que fomos chamados a entrar em contato com Espíritos de natureza diferentes, que o enclausuramento não é medida de evolução.

Haverá situações em que festas, badalações estarão presentes e a negação constante impedirá o convívio com aqueles que se relacionam. Há festa de carnaval menos agressivas, e sempre valerá a análise da situação.

Recordemos o último parágrafo: é importante não ferir qualquer pessoa, incluindo constrangimento. Outro ponto para refletir é: o que elegemos os fatores que caracterizam a felicidade, O que eu preciso fazer para ser feliz. Quanto mais grosseiros são estes fatores maior o trabalho no caminho da conquista interior. Para concluir lembramos como o planeta já está em processo de mudança, há muitas pessoas que aproveitam este feriado para promover encontros como a CONRESPI. Estes encontros e os trabalhos nos Centros oferecem material humano necessários para as atividades dos Espíritos Superiores numa época tão atribulada.

PEDRO HERBERT C. ONOFRE , de Ribeirão Preto, SP

Fonte: Blog Lar da Caridade

Ante a Mediunidade

O trato da mediunidade, não andemos à cata de louros terrestres, nem mesmo esperemos pelo entendimento imediato das criaturas.

Age e serve, ajuda e socorre sem recompensa. Recordemos Jesus e os fenômenos do espírito. Ainda criança, ele se submete, no Templo, ao exame de homens doutos que lhe ouvem o verbo com imensa admiração, mas a atitude dos sábios não passa de êxtase improdutivo. João Batista, o amigo eleito para organizar-lhe os caminhos, depois de vê-lo nimbado de luz, em plena consagração messiânica, ante as vozes diretas do plano superior, envia mensageiros para lhe verificarem a idoneidade. Dos nazarenos que lhe desfrutam a convivência, apenas recebe zombaria e desprezo.

Dos enfermos que lhe ouvem o sermão do monte, buscando tocá-lo, ansiosos, na expectativa da própria cura, não se destaca um só para segui-lo até a cruz. Dos setenta discípulos designados para misteres santificantes, não há lembrança de qualquer deles, na lealdade maior. Dos seguidores que comeram os pães multiplicados, ninguém surge perguntando pelo burilamento da alma. Dos numerosos doentes por ele reerguidos à bênção da saúde, nenhum aparece, nos instantes amargos, para testemunhar-lhe agradecimento. Nicodemos, que podia assimilar-lhe os princípios, procura-lhe a palavra, na sombra noturna, sem coragem de liberar-se dos preconceitos.

Dos admiradores que o saúdam em regozijo, na entrada triunfal em Jerusalém, não emergeuma voz para defendê-lo das falsas acusações, perante a justiça. Judas, que lhe conhece a intimidade, não hesita em comprometer-lhe a obra, diante dos interesses inferiores.

Somente aqueles que modificaram as próprias vidas foram capazes de refleti-lo, na glória do apostolado. Pedro, fraco, fez-se forte na fé, e, esquecendo a si mesmo, busca servi-lo até a morte. Maria de Magdala, tresmalhada na obsessão, recupera o próprio equilíbrio e, apagando-se na humildade, converte-se em mensageira de esperança e ressurreição.

Joana de Cusa, amolecida no conforto doméstico, olvida as conveniências humanas e acompanha-lhe os passos, sem vacilar no martírio. Paulo de Tarso, o perseguidor, aceita-lhe a palavra amorosa e estende-lhe a Boa Nova em suprema renúncia.

Não detenhas, assim, qualquer ilusão à frente dos fenômenos medianímicos. Encontrarás sempre, e por toda parte,muitas pessoas beneficiadas e crentes, como testemunhas convencidas e deslumbradas diante deles; mas apenas aquelas que transfiguram a si mesmas, aperfeiçoando-se em bases de sacrifício pela felicidade dos outros, conseguem aproveitá-los no serviço constante em louvor do bem.


Pelo Espírito Emmanuel
Fonte: XAVIER, Francisco C. Seara dos médiuns. Pelo Espírito
Emmanuel. 19. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.