Palestra nesta quinta, 30. Participe!


Enigmas da Obsessão (Fascinação)

 
A fascinação obsessional é muito mais grave, porque nela o médium é completamente iludido. O espírito que o domina apodera-se de sua confiança, a ponto de impedi-lo de julgar as comunicações que recebe, fazendo-o achar  sublimes os maiores absurdos. O caráter distintivo desse gênero de obsessão é provocar no médium uma excessiva suscetibilidade e leva-lo a não acreditar bom, justo e verdadeiro senão o que escreve; a repelir e mesmo considerar mau todo conselho e observação crítica, preferindo romper com os amigos a convencer-se de que está sendo enganado; a encher-se de inveja dos outros médiuns, cujas comunicações sejam julgadas melhores que as suas; a querer impor-se nas reuniões espíritas, das quais se afasta quando não pode domina-las.
É a influência, sutil e pertinaz, traiçoeira e quase imperceptível, que os Espíritos vingativos exercem sobre o indivíduo objeto de suas vinditas.
Quando se atinge a fascinação, o fenômeno acentua-se e as consequências tornam-se mais graves. O fascinado não se julga ludibriado, já não goza de seu livre-arbítrio integral, só obedece as injunções do Espírito, é a hipnose espiritual a exercer-se.
Mercê da liberdade que o médium outorga ao Espírito, pode este atuar intensamente sobre o perispírito dele,médium, e isso com tanto mais facilidade quanto já não encontra obstáculo, de vez que a vontade mediúnica se lhe rendeu complacente.
 
Fonte: Revista Cristã do Espiritismo
Escrito por: Dr. João Luiz da Silva
 
Em nossa caminhada como trabalhador na casa espírita, temos visto vários casos que se enquadram perfeitamente nessa lição posta pelo ilustre expositor. Muitos companheiros que iniciam como médiuns, não se prendem ao fato de que mediunidade não é privilégio de  poucos, e que exige muita renúncia, estudo e dedicação, para o desempenho dessa grandiosa missão assumida perante Deus; e com o agravante de muitas vezes nos comprometermos com tal tarefa para o resgate de dívidas, adquiridas junto aos que firmamos laços de companheirismo e dedicação para o aprimoramento de ambos, conseguindo assim, melhoras espirituais na atribulada trajetória de vida que nos pertence.
                                                  
                                                                                    Pedro Aguiar
 
 

Momento Espírita: A Palavra


Na maternidade de uma grande cidade, um fato começou a chamar a atenção de uma enfermeira.
Ela era encarregada do berçário e procurou o chefe da pediatria.
Havia notado que todos os bebês que ficavam no último berço, no canto, choravam menos. Dormiam melhor.
O que seria? O médico brincou com ela. Quem sabe seria um berço milagroso?
Talvez fabricado com madeira especial. Quem sabe haveria uma fada protetora? Como a enfermeira insistisse, ele disse que iria contratar um detetive.
Resolveu ele mesmo investigar. Descobriu que a enfermeira tinha razão.
Os bebês que ali ficavam eram sempre mais acomodados. Deveria existir uma causa. O posicionamento do berço. Melhor ventilação. Colchão mais confortável. Menos ruídos. Checou tudo.
As condições eram absolutamente iguais em todos os berços.
Pensou na alimentação. Negativo. Os bebês eram alimentados dentro de critérios e horários rigorosamente observados.
E se houvesse diferença de tratamento? Alguma enfermeira mais eficiente, encarregada daquele berço? Também não.
Todas se revezavam no atendimento. Intrigado, o pediatra passou a visitar o berçário em horários diferentes.
Foi numa noite, perto das vinte e duas horas, que encontrou a solução.
A enfermeira de plantão estava no seu posto. A encarregada da limpeza passava o pano molhado no chão.
Ficou observando-a. Era uma senhora idosa. A tarefa lhe era penosa.
Então, ficou em frente ao berço privilegiado, enquanto descansava.
Começou a conversar com o bebê: Vida dura, meu anjinho. Minhas costas doem como se tivessem recebido pauladas.
Gracinha! Você deve estar feliz. Sombra e água fresca. Comidinha na hora certa.
Durante vários minutos, ela conversou com o ocupante do berço. Depois, retornou ao serviço.
O médico sorriu. Tinha resolvido o enigma. Encontrara a fada.
No dia seguinte, as enfermeiras receberam importante orientação.
Deveriam conversar com os bebês, enquanto cuidavam deles. O privilégio de um berço estendeu-se por todo o berçário.
*   *   *
A palavra é um instrumento que poucos utilizam como deveriam.
A arte de falar é conquista. Deve-se dispor desse abençoado instrumento para preservar a vida. Para enriquecê-la de bênçãos.
A boa palavra consola. Também ampara. Ensina. Salva. Falar sobre o bem, o amor e a esperança. Propor alegria entre as criaturas.
Ensiná-las a adquirir segurança pessoal. Transmitir-lhes carinho e ternura.
Expunha conceitos de forma simples. Conteúdo profundo.
Por isso, até hoje, permanece atual e sensibiliza os que tomam contato com seus ditos.
Travemos relação de amizade com Jesus. Comuniquemo-nos com o próximo. Irradiemos alegria e paz pela palavra como ele fazia.
*   *   *
Não critiquemos. Abençoemos. Falemos auxiliando para o bem. Não discutamos. Demonstremos.
Não nos percamos em palavras vazias. Sirvamos sem reclamar.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap.
 O enigma do berço, do livro Encontros e
desencontros, de Richard Simonetti, ed. Gráfica
São João; no cap. 11, do livro 
Episódios diários
e no cap. 4 do livro 
Momentos de iluminação
,
ambos pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 29.1.2014
.

Abençoada Mediunidade

 
O desenvolvimento mediúnico é como o desabrochar de uma flor: um fenômeno sutil, que acontece dia a dia, sem milagres ou grandes saltos em evolução. Desenvolver a mediunidade é um processo que começa interiormente, ao buscarmos a melhora íntima e o desenvolvimento das virtudes superiores, pois apenas através dela acessa-se o padrão de sintonia ideal com os bondosos mensageiros que a Luz envia.
Mediunidade não é um bem para envaidecer-se, nem uma atividade que tem como objetivo matar o tempo ocioso dentro da matéria. É sim, um trabalho sério que exige disciplina e maturidade, compaixão e carinho, para que o trabalho não se perca nas áridas ilusões do materialismo exacerbado.
Todo servidor mediúnico é uma ponte de ligação entre os planos mais sutis e a matéria. É uma porta de acesso. mas caso essa porta seja aberta, o que transitará por ela?Em verdade, o médium, antes de ser elemento passivo na comunicação espiritual, é elemento ativo no processo e sintonia com as forças superiores. A manifestação mediúnica é impressa sobre o conteúdo anímico que todo médium trás, em sua mente em seu coração. Por isso o grande esforço dos mensageiros da Luz para que, antes que as faculdades mediúnicas desabrochem por completo o médium passe por um período longo de desenvolvimento, onde suas capacidades acompanharão a própria evolução interna da alma, predisposta ao trabalho de intercâmbio  espiritual. 

Fonte: Revista Cristã de Espiritismo
Escrito por: Fernando Sepe

Momento Espírita: O cavaleiro de olhar compassivo


Era uma tarde de tempo feio e frio no norte da Virgínia, há muitos anos.
A barba do velho estava coberta de gelo e ele esperava alguém para ajudá-lo a atravessar o rio. A espera parecia não ter fim. O vento cortante tornava seu corpo dormente e enrijecido.
Ele ouviu o bater fraco e ritmado dos cascos de cavalos sobre o chão congelado. Ansioso, observou quando vários cavaleiros apareceram na curva.
Deixou o primeiro passar, sem procurar chamar sua atenção. Então veio outro e mais outro. Finalmente, o último cavaleiro se aproximou do lugar onde o velho estava parado como uma estátua de gelo.
Depois de observá-lo rapidamente, o velho lhe acenou, perguntando: O senhor poderia levar este velho para o outro lado? Parece não haver uma trilha para eu seguir a pé.
O cavaleiro parou e respondeu: É claro. Pode montar.
Vendo que o velho não conseguia levantar o corpo semicongelado do chão, ajudou-o a montar e não só atravessou o rio com o velho, mas o levou ao seu destino, algumas milhas adiante.
Quando se aproximavam da casa pequena, mas aconchegante, curioso, o cavaleiro perguntou: Eu percebi que o senhor deixou vários outros cavaleiros passarem sem fazer qualquer gesto para pedir ajuda na travessia.
Então eu apareci e o senhor imediatamente me pediu para levá-lo. Eu gostaria de saber por que, numa noite fria de inverno, o senhor pediu o favor ao último a passar.
E se eu tivesse me recusado e o deixado na beira do rio?
O velho apeou do cavalo devagar. Olhou o cavaleiro bem nos olhos e respondeu: Eu já vivi muito e acho que conheço as pessoas, muito bem.
Parou um instante e continuou: Olhei nos olhos dos outros que passaram e vi que eles não se condoeram da minha situação. Seria inútil pedir-lhes ajuda.
Mas, quando olhei nos seus olhos, ficaram claras sua bondade e compaixão. A vida me ensinou a reconhecer os espíritos bondosos e dispostos a ajudar os outros na hora da necessidade.
Estas palavras tocaram profundamente o coração do cavaleiro, que lhe respondeu: Fico agradecido pelo que o Senhor falou. Espero nunca ficar tão ocupado com meus próprios problemas que deixe de corresponder às necessidades dos outros com bondade e compaixão.
Falando isso, o cavaleiro, que se chamava Thomas Jefferson, virou seu cavalo e voltou para a Casa Branca.
*   *   *
Quando Deus coloca em nossa vida esses que precisam de ajuda, Ele, em verdade, está nos concedendo uma grande oportunidade.
Ajudar o próximo é oportunidade de crescimento moral, de combater o egoísmo que, muitas vezes, nos faz preocupados demais com nossos próprios problemas, esquecendo que há vida além dos jardins de nossa casa. Vidas que anseiam por nossa gentileza, por nossa compaixão.
Quando Deus coloca diante de nós alguém pedindo ajuda, das mais diversas formas possíveis, Ele está nos concedendo a chance de conhecer o bem e sentir todas suas consequências sublimes.
Olhemos para os lados e busquemos alguém a quem possamos auxiliar a cruzar os vários rios da vida. E vejamos nisso sempre uma grande oportunidade.

Redação do Momento Espírita, com base
 no livro 
As sementes do semeador,
 de Brian
Cavanaugh.
Em 28.1.2014
.

Fermento espiritual


"Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?" Paulo (I Coríntios, 5:6)
O fermento é uma substância que excita outras substâncias, e nossa vida é sempre um fermento espiritual com que influenciamos as existências alheias.
Ninguém vive só.
Temos conosco milhares de expressões do pensamento dos outros e milhares de outras pessoas nos guardam a atuação mental, inevitavelmente.
Os raios de nossa influência entrosam-se com as emissões de quantos nos conhecem direta ou indiretamente, e pesam na balança do mundo para o bem ou para o mal.
Nossas palavras determinam palavras em quem nos ouve, e, toda vez que não formos sinceros, é provável que o interlocutor seja igualmente desleal.
Nossos modos e costumes geram modos e costumes da mesma natureza, em torno de nossos passos, mormente naqueles que se situam em posição inferior à nossa, nos círculos da experiência e do conhecimento.
Nossas atitudes e atos criam atitudes e atos do mesmo teor, em quantos nos rodeiam, porquanto aquilo que fazemos atinge o domínio da observação alheia, interferindo no centro de elaboração das forças mentais de nossos semelhantes.
O único processo, portanto, de reformar edificando é aceitar as sugestões do bem e praticá-las intensivamente, por intermédio de nossas ações.
Nas origens de nossas determinações, porém, reside a idéia.
A mente, em razão disso, é a sede de nossa atuação pessoal, onde estivermos.
Pensamento é fermentação espiritual. Em primeiro lugar estabelece atitudes, em segundo gera hábitos e, depois, governa expressões e palavras, através das quais a individualidade influencia na vida e no mundo. Regenerado, pois, o pensamento de um homem, o caminho que o conduz ao Senhor se lhe revela reto e limpo.
EMMANUEL
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. FEB.

ERROS E ACERTOS


                                         
                  

Quantas vezes calamos, quando deveríamos falar mais.

Quantas vezes falamos muito, quando o silêncio seria a melhor escolha.

Quantas vezes deixamos de dizer a alguém - Eu te amo, pensando que ela seria capaz de adivinhar nossos sentimentos.

E deixamos que nos vejam de forma errônea, pelo simples fato de não nos valorizarmos mais e de forma correta.

Qual de nós não sofre carência de afeto, mas optamos por esperar que alguém surja a nossa frente, nos acolha no coração e não nos deixe nunca mais.

Quem não busca ser feliz, e, ao mesmo tempo esquece de promover essa felicidade a outrem, acreditando ser mais necessitado que todos.

Quantas vezes nos colocamos na condição de réus, quando na verdade somos os promotores da infelicidade alheia.

Vivemos querendo ter a beleza e o perfume da rosa, mas estamos sempre cultivando espinhos.

Ainda somos incapazes alimentar o amor no coração, por não recebermos de imediato a recompensa por tal atitude.

Perdemos muito tempo avaliando e julgando a ignorância alheia, e nos esquecemos de extinguir a nossa.

Para nós, amar ao próximo é tarefa só do Cristo, pois nos julgamos muito atacados por quem deveria nos cultuar.

Será que não é o momento de retirarmos o véu negro de sobre o espelho de nossa consciência, para vislumbrarmos ali, os reflexos de nossas intemperanças?.

Qual de nós já  procurou se ver, nos momentos de extrema fúria?

Quando chegará o dia em que aceitaremos calar diante da ofensa, compreendendo que é preciso para que renasçamos em nós?.

As rosas oferecem inigualável perfume e perfeição, mas ainda ostentam um ramo cheio de espinhos, capazes de ferir quem se aproxime desavisadamente.

Não existe evolução sem lutas interiores, nem tão pouco sofrimentos. Esses sentimentos fazem parte de um longo cultivo de erros e improbidades morais.

Muitos de nós ainda sucumbirão sob o imenso peso das próprias ignorâncias, por não admitirem a necessidade  do conhecimento e prática da caridade e amor ao próximo.

Muita Paz e Luz a Todos

                                                            Josefina
Do livro: Vidas em Desalinho
Pelo espírito: Josefina Brito
Psicografia: Pedro Aguiar Filho

Lições de Emmanuel: Semeadores



“Eis que o semeador saiu a semear.” Jesus (Mateus, 13:3).

Todo ensinamento do Divino Mestre é profundo e sublime na menor expressão. Quando se dispõe a contar a parábola do semeador, começa com ensinamento de Inestimável importância que vale relembrar.

Não nos fala que o semeador deva agir, através do contato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear. Transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa-vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.

É necessário desintegrar o velho cárcere do “ponto de vista” para nos devotarmos ao serviço do próximo. Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do “eu”, excursionaremos através do grande continente denominado “interesse geral”. E, na infinita extensão dele, encontraremos a “terra das almas”, sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.

Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pecadores simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças...

Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de mensageiros que desejasse.

Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a “sair para semear”.

Emmanuel / Chico Xavier

Fonte Viva

Histórias Espíritas: O Semeador



Dona Angélica era professora. Residia em uma pequena cidade e dava aulas numa vila próxima.
Não era considerada uma pessoa equilibrada em razão do seu comportamento, que parecia um tanto esquisito.
Os alunos da escola de primeiro grau tinham-na como uma pessoa muito estranha.
Eles observavam que a professora, nas suas viagens de ida e volta do lar à escola, fazia gestos e movimentos com as mãos, que não conseguiam entender, e por esse motivo, pensavam que ela era meio fora do juízo.
Pela janela do trem, dona Angélica fazia acenos como se estivesse dizendo adeus a alguém invisível aos olhos de todos.
As crianças faziam zombarias, criticavam-na, mas ela não sabia, pois os comentários eram feitos às escondidas.
Todos, inclusive os pais e demais professores achavam que ela era maluca, embora reconhecessem que era uma excelente educadora.
Os anos se passavam e a situação continuava a mesma. Várias gerações receberam da bondosa e dedicada professora, ensinamentos valiosos e abençoados.
Dona Angélica era uma pessoa de boas maneiras, calma e gentil, mas não muito bem compreendida.
Envelhecia no exercício do dever de preparar as crianças para um futuro melhor, com espírito de abnegação e devotamento quase maternal.
Certo dia em que viajava para sua querida escola, com diversas crianças na mesma classe do trem, movimentava, como sempre, as mãos para fora da janela.
Os alunos sentados na parte de trás sorriam maliciosamente, quando Alberto, seu aluno de dez anos, porque amava muito sua mestra, sentou-se ao seu lado e, com ternura, lhe perguntou:
Professora, por que você insiste em continuar com essas atitudes loucas?
Que deseja dizer, filho? Interrogou, surpresa, a bondosa senhora.
Ora, professora - continuou ele, - você fica dando adeuses para os animais, abanando as mãos... Isso não é loucura?
A mestra amiga compreendeu e sorriu.
Sinceramente emocionada, chamou a atenção do aluno, dizendo:
Veja esta bolsa. - E apontou para a intimidade do objeto de couro forrado. Nota o que há aí dentro?
Sim. - Respondeu Alberto. Eu vejo que há algo aí, mas o que é, afinal?
A professora respondeu calmamente: É pólen de flores. São sementes miúdas...
Há quase vinte anos eu passo por este caminho, indo e vindo da escola. A estrada, antes, era feia, árida, desagradável.
Eu tive a ideia de a embelezar, semeando flores. Desse modo, de quando em quando, reúno sementes de belas e delicadas flores do campo e as atiro pela janela...
Sei que cairão em terra amiga e, acarinhadas pela primavera, se transformarão em plantas a produzirem flores, dando cor e alegria à paisagem.
Como você pode perceber, a paisagem já não é mais árida. Há flores de diversos matizes e suave perfume no ar, que a brisa se encarrega de espalhar por todos os lados.

*   *   *
Na vida, todos somos semeadores...
Uns semeiam flores e descobrem belezas, perfumes e frutos.
Outros semeiam espinhos e se ferem nas suas pontas agudas.
Ninguém vive sem semear, seja o bem, seja o mal...
Felizes são aqueles que, por onde passam, deixam sementes de amor, de bondade, de afeto...

Redação do Momento Espírita com base no livro O semeador,
pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de 
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 07.12.2009.


Estudo das obras de Joanna de Ângelis hoje, 24


Pedras


As dificuldades de qualquer natureza são sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.

É necessário saber tratá-las com prudência, serenidade e sabedoria.

Há diversos modos de considerar os obstáculos, removendo-os ou aproveitando-os.

O preguiçoso recebe os calhaus da luta e estende-se no caminho, sucumbindo ao seu peso. É o espírito desanimado, indolente e enfermiço.

O desesperado, em se sentindo sob os granizos da sorte, confia-se à intemperança mental e atira-os ao viandante inocente ou à porta de companheiros inofensivos. É o espírito indisciplinado, renitente e impulsivo, que sabe apenas ferir o próximo ou denegri-lo com atitudes impensadas ou levianas.

O homem inteligente, todavia, recebe as pedras da experiência e, ainda mesmo sangrando as mãos ou o coração, recolhe-as, cuidadoso, valendo-se delas para a confecção de utilidades ou para a construção de edifícios consagrados ao agasalho, ao reconforto ou à benemerência, em favor dele mesmo, e de quantos o acompanham na marcha evolutiva.

Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo.

As pedras da incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre todos.

Do entendimento e da conduta de cada um dependerão a felicidade ou o infortúnio, na laboriosa romagem terrestre.

EMMANUEL

XAVIER, Francisco Cândido. Vida em Vida. IDEAL.



Palestra com Samuel Aguiar hoje (23)


Varando sombras


Empeços, lutas, problemas, limitações, críticas...

Deixemos a mágoa de lado e sigamos em frente, trabalhando e compreendendo sempre.

Os que não desejam avançar, tentarão prejudicar-nos a caminhada.

Os que não querem servir, buscarão envolver-nos no desânimo.

Os que não acreditam no bem, assumirão atitudes estranhas contra nós.

Mas não recuemos.

O nosso compromisso é com a própria consciência.

Varemos as sombras como archote da fé operosa.

No serviço do Evangelho, ninguém se encontra sozinho.

Forças divinas suplementam as nossas forças e vozes tutelares inspiram os nossos passos.

Haveremos de triunfar.

A obra pertence ao Cristo de DEUS e nada deterá a sua marcha vitoriosa.


BATUÍRA


XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Brilhe a Vossa Luz. IDE.

Questão de escolha


Procure um delinquente e encontrará muitos malfeitores. É necessário, então, que você possua imenso cabedal de amor para renová-los, sem fazer-se criminoso também.

Busque identificar uma falta e achará inúmeras. Chegando a essa situação, é imprescindível que você esteja bastante esclarecido para não acrescentar seus erros aos erros alheios.

Tente situar um espinho e vários virão ao seu encontro. Em face de tal contingência, é necessário que você permaneça eminentemente equilibrado para não ferir-se.

Fixe com demasiada atenção uma pedra da estrada e, em breve, o solo estará empedrado aos seus olhos. Depois disso, você necessitará de muita resistência para não sucumbir às asperezas da jornada.

Aproxime-se do bem, procure-o com decisão e a bondade virá iluminar seu caminho. Somente aí você surgirá perfeitamente armado para vencer na guerra contra o mal.

ANDRÉ LUIZ

XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã. FEB.

Aceita a correção!



"E na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela..." Paulo (Hebreus, 12:11).

A terra, sob a pressão do arado, rasga­-se e dilacera­-se, no entanto, a breve  tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos. A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo­-se e afeando­-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-­se de nova robustez, habilitando­-se à beleza e à fartura. 

A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar. Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma. A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.  

A terra, a árvore e a água suportam-­na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá­-la no próprio coração. O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador. Exterioriza­-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra. Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.  

Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento. A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.

Emmanuel/Chico Xavier
Do livro Fonte Viva

Amai-vos Uns Aos Outros

 
O mandamento que vos dou  é que , ameis uns aos outros com eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele de dar a alguém a sua vida pelos seus amigos. Sois meus amigos se fizerdes o que vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo  não sabe o que faz o seu senhor; mas vos tenho chamado amigos, pois vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai. não me escolheste a mim mais eu vos escolhi a vós, e vos encarregarei de irdes e produzirdes fruto, e seja  duradouro o vosso fruto; afim de tudo quanto pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vo-lo conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.

(Jo.,15:12 a 17)

Este o maior mandamento do Cristo, pois encerra em nós a vontade e o conhecimento do verdadeiro amor, aquele que praticamos sem esperar volta. Esse amor que o Mestre nos ensina, é o que fará com que todas as  criaturas livrem-se de todo o orgulho, egoísmo e prepotencia. Quando conseguirmos entender, conhecer e pratica-lo,  para com o nosso próximo, teremos alcançado um dos mais altos degraus na escala evolutiva a que nos propomos chegar um dia.
Muita Paz a Todos.
                                                                   Pedro Aguiar
     

O Capacete





"Se é justa salvaguarda de membros importantes do corpo, com muito mais propriedade é impescindível defender a cabeça, nos momentos de luta.
Aliás, é razoável considerar que os braços e as pernas nem sempre são requisitados a maiores dispêndios de energia.
A cabeça porém, não descansa.
A sede do pensamento, é um viveiro de trabalho incessante.
Necesário se faz resguardá-la, defendê-la.
Nos movimentos bélicos, o soldado preserva-a, através de redursos especiais.
Na luta diária mantida pelo discípulo de Jesus, igualmente não podemos esquecer  o conselho do apóstolo aos gentios.
É indispensável que todo aprendiz do Evangelho tome o capacete da salvação, simbolizado na cobertura mental de idéias sólidas e atitudes cristãs, estruturadas nas concepções do bem, da confiança e do otimismo sincero.
Teçamos, pois, o nosso capacete espiritual com o fio da coragem inquebrantável, da fé pura e do espírito de serviço. De posse dele enfrentaremos qualquer combate moral de grandes proporções.
Nenhum discípulo da Boa Nova, olvide a sua condição de lutador.
As forças contrárias ao bem, meu amigo,  alvejar-te-ão o mundo íntimo, através de todos os flancos. Defende a tua moraida interior. Examina o revestimento defensivo que vens usando, em matéria de desejos e crenças, de propósitos e idéias, para que os projeteis da maldade não te alcancem por dentro."

Fonte: Livro Vinha de Luz
Pelo espírito:EMMANUEL
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Ponderação

 

"Quem sabe precisa ser sóbrio.
Não vale saber para destruir.
Muita gente, aos primeiros contatos com fonte do conhecimento,assume atitudes contraditórias, impondo idéias, golpeando aqui e acolá, semelhantes expositores do saber nada mais realizam que a perturbação.
É por isso que a ciência, em suas expressões diversas, dá mão forte a conflitos ruinosos ou inúteis em política, filosofia e religião.
Quase todos os desequilíbrios do mundo se originam da intemperança daqueles que aprenderam alguma coisa.
Não esqueçamos. Toda ciência, desde o recanto mais humilde ao mais elevado da terra exige ponderação. O homem do serviço de higiene precisa temperança, afim de que sua vassoura não constitua objeto de tropeço, tanto quanto o homem do governo necessita sobriedade no lançamento das leis, para não conturbar o espírito da multidão. e não olvidemos que a temperança, para surtir o êxito desejado, não pode eximir-se a paciência, como a paciência, para bem demonstrar-se, não pode fugir a piedade, que é sempre compreensão e concurso fraternal.
Se algo sabes na vida, não se precipites a ensinar como quem tiraniza, menosprezando conquistas alheias. Examina as situações características de cada um e procura, primeiramente entender o irmão de luta.
Saber não é tudo. É necessário fazer. e para em fazer, homem algum dispensará a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem desdenhará a cooperação, que é a companheira dileta do amor" 

Fonte livro: Vinha de luz
Pelo espírito: EMMANUEL
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

DESPERTAR !

  
Certos dias, quando voltamos da merecida semi libertação espiritual, trazemos em nossa consciência muitas lições que se procurarmos nos fixar mais e melhor no nosso íntimo, encontraremos ali, meios de prosseguirmos lutando contra nossas deficiências morais e espirituais.
Contudo, ainda vemos irmãos que, desprovidos da verdadeira consciência, buscam nesses momentos de individualidade espiritual, estar com seres que nada contribuem para o desenvolvimento próprio, e consequentemente arrastam consigo aqueles que optam por segui-los, assumindo assim um descomprometimento com a realidade evolutiva que precisamos ter e viver. A toda hora nos chegam notícias de criaturas que sem mais nem menos cometeram delitos graves, como crimes de toda natureza e até mesmo o suicídio, e as pessoas se põem a perguntar admiradas, - mas o que houve com fulano, sempre tão calmo e hoje agiu dessa forma?.
Caros irmãos, não nos basta sabermos que existem religiões, estudos religiosos, sacerdotes, templos suntuosos; é preciso que saibamos o porque de toda essa representação, estamos ainda muito focados no ter, ser,  possuir, parecer. Entendamos que, o momento de nos desvendarmos intimamente é agora, não temos mais tempo para suposições ou achismos. Os ensinos do Cristo estão presentes em nossa vida desde sempre, então só nos resta aceita-los como base para nos acharmos em nós mesmos, gerando meios medicamentosos espirituais para a cura das feridas ocasionadas pela ignorância que insiste em nos desvirtuar do caminho certo.
A cada novo despertar, uma nova oportunidade disponibilizada por Deus, e não nos cabe nos lançarmos ao descaso dessas chances, os dias perdidos em divagações e ilusões materiais não voltam, apesar de ficarem  registrados em nossa consciência como filmes que a qualquer momento podem nos surpreender em forma de chamado para retornarmos ao caminho real o qual nos predispomos já a muitas encarnações mesmo assim, insistimos em não cumprir nossas tarefas acarretando para  nós muitas extremos sofrimentos que ecoam em nossas vidas como agudos gritos que nos chegam de forma estridente e perturbadora. Vivamos de verdade deixando de lado as irrealidades das intuições de irmãos menos esclarecidos que nos chegam a todo momento alimentadas pelo descuido das nossas vibrações inferiores.
É o cristo quer que nos tornemos perfeitos.
Procuremos despertar não só do sono físico, mas principalmente do sono que entorpece nossa consciência
Muita Paz e Luz a Todos.
                                     
                                                   Josefina

Do livro: Vidas em Desalinho
Pelo espírito: Josefina Brito
Psicografia: Pedro Aguiar Filho

Os três requisitos


Emmanuel não hesitou quando propôs ao Chico os três pontos cruciais que deveriam ser observados pelo notável médium de Uberaba.
Na ocasião, Chico andava receoso, com medo de ser abandonado pelos bons espíritos. Emmanuel lhe disse logo que isso não aconteceria. Mas, também advertiu que o médium teria que manter-se concentrado e esforçado no estudo e no seu digníssimo trabalho em prol do Bem. Para manter esse esforço, o célebre mentor espiritual avisou que eram necessários apenas três requisitos essenciais: disciplina, disciplina e disciplina.
Na verdade, um dos principais motivos da reencarnação do Espírito, é a busca dessa disciplina. Mesmo os que reencarnam de forma involuntária, por força mesmo do progresso natural a que todos nós estamos submetidos, têm na disciplina seu ponto de partida para uma retomada do amadurecimento espiritual, e têm de tentar encontrá-la.
A disciplina acostuma a mente no caminho do trabalho do Amor. Trabalho em prol de todos e, principalmente, em prol de si mesmo.
Talvez o preguiçoso a desconsidere, com o argumento rasteiro e egoísta de que ela aprisiona, de que ela cerceia o pensamento, estreitando a visão em cima de regras que, supostamente, limitariam.
Mas, o que é ir além das regras?
O que é infringir a própria liberdade?
Os espíritos nos falam, no Livro dos Espíritos, que nossa liberdade termina quando começa a do próximo. E é também nisso que se baseia a disciplina: enxergar nossas falhas (limites), aprender a respeitar e afastar-se da fronteira desses limites; tentar, dentro desses limites, guiar-se com nossa "bagagem" evolutiva, esforçando-se para ampliar o horizonte superior que se descortina, afastando-se, consequentemente, dessa linha mais escabrosa.
Conseguindo dar esse primeiro passo, vamos começar a enxergar melhor também a fronteira onde começa a liberdade do próximo, gerando assim a compreensão, que faz nascer o respeito, tão necessário na sociedade atual.
Agir sem disciplina é como guiar um carro no escuro, achando-se mestre no volante: pensamos que estamos no controle, mas não sabemos onde a estrada termina, apesar de termos noção dos riscos. A consequência pode ser fatal, podendo até afetar negativamente uma existência alheia.
Disciplinemos a mente. Disciplinemos as palavras. Disciplinemos o olhar.
Olhar saudável. Palavra Serena. Mente lúcida: resultado do rigor salutar que devemos impor a nós mesmos para conquistar a maturidade e o discernimento que fortalecem a fé.
Não usemos a desculpa da fraqueza, pois o Cristo disse que estaria sempre junto de nós.
Amparo e proteção nós temos constantemente. Agora só resta atitude de nossa parte. Vide o exemplo do Chico e de outros tantos grandes espíritos que já vagaram pela crosta terrestre representando bem o que é a disciplina.

Como essa postagem foi inspirada numa reflexão em cima da magistral palestra feita pelo brilhante orador Pedro Aguiar Filho ontem (16/01/2014) no Centro Espírita Caridade e Fé, vou encerrar plagiando o amigo, quando lembrou a todos.
DISCIPLINA!
DISCIPLINA!
DISCIPLINA!

Fiquem todos com DEUS e Jesus.


Aproxima-se o 4º Congresso Espírita Brasileiro


No dia 11 de abril, inicia-se a 4ª edição do Congresso Espírita Brasileiro que traz como tema principal “150 anos de O evangelho segundo o espiritismo”. Estendendo-se até o dia 13 do mesmo mês, ocorrerá simultaneamente em João Pessoa, Vitória, Campo Grande e Manaus com vários oradores conhecidos do grande público.
Ainda estamos recebendo inscrições para o congresso, mas são poucas vagas a serem preenchidas. Para Manaus há disponibilidade um pouco maior, pois o Centro de Convenções local concedeu a oportunidade de receber um número maior de congressistas.
Em Manaus, Divaldo Franco fará a palestra de abertura, sendo encerrada por Alberto Almeida. Para os presentes em Campo Grande, Antonio Cesar Perri de Carvalho será o palestrantes inicial e Haroldo Dutra o orador de encerramento. Haroldo Dutra abrirá, ainda, a programação de João Pessoa, sendo Antonio Cesar Perri o palestrante de fechamento. Simão Pedro Lima e Divaldo Franco estarão como palestrantes de abertura e encerramento, respectivamente. Ao todo, cerca de seis mil se inscreveram para participação. Para outras informações acesse: www.febnet.org.br/4congresso
Fonte: febnet.org.br

Não só justiça


"Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. O LIVRO DOS ESPÍRITOS (Comentários de ALLAN KARDEC à resposta 171).
- "Vale de lágrimas"! - exclamam corações em tormento.
- "Região de trevas e desespero"! - propõem sofredores de diversos matizes.
- "Oásis de gozo" - afirmam os doentes do prazer.
- "Recanto de delícias" - esclarecem os fornicadores da loucura.
- "Colônia de alegrias ao alcance da sagacidade" - expõem cerebrações enrijecidas no mal.
- "Punição, viver" - bradam uns.
- "Vivamos e gozemos" - proclamam outros.
"Viver é pagar alto tributo à vida" - gritam alguns revoltados.
"Viver é aproveitar o favor da oportunidade" - repitam os desassisados.
A carne, como porta de renascimento, é alta concessão da Divinidade para a felicidade do espírito.
A Terra é abençoado educandário onde se formam valores e se afirmam expressões superiores para a Vida.
Atados à conceituação deficitária da unicidade da experiência carnal para o espírito, os discípulos de tal escola, contemplam, estarrecidos, a dor, formulando hipóteses cruéis, nas quais mentalizam a Justiça Divina através dos recursos mesquinhos da arbitrariedade humana...
Vinculados a um materialismo grotesco e revel, homens e mulheres desnorteados, derivam no prazer, as apreensões que mantêm quanto à vidaalém- túmulo.
Informados da pluralidade das experiências carnais, face ao sofrimento, há quem diga que a reencarnação é justiça, severa justiça...
Não só justiça mas misericórdia também. Alta e valiosa misericórdia significa o trânsito na carne, a recapitulação
entre novo berço e novo túmulo.
Por natural evocação das paisagens da vida extra-física, todos guardamos nas telas mentais os sinais da imortalidade.
Estes relutam e asfixiam as lembranças nos nimbos cerrados da rebeldia.
Esses reagem e apagam as evocações com a borracha da indiferença.
Aqueles insistem na negativa e anulam as recordações ante a teimice do prazer.
Todos, no entanto, renascem assinalados pelos caracteres trazidos da vida espiritual onde foi cultivada a aflição ou a ventura decorrente da jornada precedente...
Aguça os ouvidos e registrarás vozes de ontem, falando hoje.
Educa os olhos e enxergarás companheiros que a morte não consumiu nem aniquilou.
Aprimore a mente e decifrarás os enigmas do momento encontrando-lhes as chaves no pretérito.
Recorda e sentirás que viveste, vives e viverás...
Diante do arguto doutor do Sinédrio, a serenidade e segurança de Jesus afirmaram: "É necessário nascer de novo". E ante as interrogações e dúvidas que assomavam ao interlocutor, Ele expôs: "O vento sopra onde quer, ouves-lhe a voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim é o espírito"... ensejando-nos a marcha da evolução, o grande porvir hoje em começo, através da Justiça e da Divina Misericórdia também.
JOANNA DE ÂNGELIS
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. LEAL

Psicografia de Divaldo Franco: "Quando Ele chegou..."



Aqueles eram dias tormentosos a estes semelhantes.
O monstro da guerra devorava as nações, que se transformavam em amontoados de cadáveres e pasto de devastação, enquanto a loucura do poder temporal escravizava as vidas nas malhas fortes da sua dominação impiedosa.
O ser humano valia menos do que uma animália, como ocorre hoje quando o denominam como excluído, tombando na exaustão da miséria.
Os vencedores alucinados exultavam nos cárceres internos que os enlouqueciam quando passeavam a sua hediondez nos carros do triunfo aureolados de folhas de mirto ou de loureiro.
O medo aparvalhava os já infelizes atirados ao deserto dos sentimentos indiferentes daqueles que os devoravam como abutres.
A esperança vivia asfixiada no desprezo, sem oportunidade de expandir-se nos países submetidos,
Nada obstante, reinava um fio de expectativa em a noite de dores inenarráveis.
As agonias extremas abateram-se sobre Israel por longos séculos de horror e desespero.
Mas o fio de esperança era a expectativa da chegada do Messias, vingador e poderoso, como os algozes de então, anunciado pelos profetas antigos e descrito por Isaías, há quase setecentos anos...
Ele seria poderoso e arrancaria o jugo hediondo de sobre o seu povo, concedendo-lhe benesses e glórias.
Enquanto isso, predominava a opressão dos que tombaram sob as legiões voluptuosas do Império Romano desde a vitória de Pompeu e todos os males que dela advieram...
Um estrangeiro execrando, mais cruel do que o romano, dominava o país ultrajado e vergado pela vergonha do asmoneu insano, que beijava as mãos de César, adornava-as de ouro e púrpura arrancados do suor e do sangue do povo que submetia.
Os impostos roubavam o alento e o parco pão dos desvalidos, enquanto o desconforto cantava em toda parte a litania da miséria e da servidão.
Aumentava a mole dos desventurados que abarrotavam as cidades enquanto os campos ficavam ao abandono.
Tudo era escasso, especialmente o amor que fugira envergonhado dos corações, enquanto a compaixão e a misericórdia ocultaram-se dos espoliados e indigentes.
A ingênua alegria das massas fugira dos seus corações que passaram a homiziar o ressentimento e o crime, a degradação e as paixões vis, a serviço das intrigas intérminas e das lutas vergonhosas.
Os potentados, especialmente os fariseus, os saduceus e os cobradores de impostos, todos odiados também, detestavam-se uns aos outros, enquanto eram, por sua vez, desprezados...
A vil política de Jerusalém estendera-se por todo o território israelense e ninguém escapava à sua inclemente perseguição.
A própria Natureza, naqueles dias, sofria inclemência dos dias quentes e das noites mornas, sem a suave brisa cantante que carreava o perfume das rosas e das flores silvestres.
A fria Judeia era amada em razão do seu fabuloso Templo, ornado de ouro e de gemas preciosas, mas também odiada pela governança insensível que lhe aumentara o poder.
Os chacais que a administravam espoliavam a ignorância e as superstições do povo humilhado que ali buscava consolação.
*   *   *
Ele crescera no deserto e robustecera o caráter na aridez e ardência da região sem vida e sem beleza.
Mergulhara o pensamento no abismo das reflexões, por anos a fio, buscando entender o objetivo primordial da existência, Deus e Sua justiça, diferente de tudo aquilo que havia ouvido dos sacerdotes indignos.
As noites estreladas e frias refrescaram-lhe a alma que ardia em febre de expectativas pela chegada do Rei libertador de consciências e de sentimentos.
Ele sabia, sem saber como, que fora designado, mesmo antes do berço, de anunciar o Messias e, por essa razão, no momento próprio transferiu-se para o vau da Casa da Passagem, no rio Jordão, a fim de anunciá-lO.
A sua era uma voz tonitruante e o seu um aspecto chocante, mesmo para os padrões daqueles dias especiais. Os seus olhos brilhavam como lanternas acesas quando ele falava sobre o Ungido de Deus.
Afirmava que Ele já se encontrava entre todos e seguia desconhecido. Também asseverava que Ele viria fazer justiça, punir os réprobos morais, submeter os insubmissos, vingar-se do abandono a que fora relegado pelos tempos longos.
As multidões que se reuniam na praia fresca do rio fascinavam-se por temor, por necessidade de um Salvador.
Elucidava que Ele era tão grande, o Triunfador a quem servia, que não era digno sequer de amarrar os cordéis das Suas sandálias.
E batizava, lavando simbolicamente as misérias do homem comprometido, a fim de que ressurgisse o novo ser aureolado de bênçãos.
Não conhecia ainda o Messias, mas adivinhava-O.
Inesperadamente, em formosa manhã, no meio da multidão Ele surgiu, aproximou-se, e os seus olhos detiveram-se uns nos outros, então ele exclamou, tomado de lágrimas e sorriso: - Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!
Como Ele era belo e manso, suave e meigo, discreto e amoroso!
Aquele Homem-sol curvou-se diante dele e disse-lhe: -Cumpre as profecias...
Estranho temor tomou-lhe todo o corpo austero e pensou como seria possível ao servo permanecer ereto enquanto o Rei se dobrava com sublime humildade.
Era seu primo e não O conhecia, era seu mentor e ele O serviria...
A partir daquele momento inolvidável, o seu verbo amaciou, a sua voz passou a cantar, a sua vida se modificou.
Antes de morrer, inquieto e expectante, enviou-Lhe dois discípulos, a fim de que tivesse a confirmação de ser Ele o Messias.
Desejava retornar à pátria em paz e segurança.
Na terrível noite da fortaleza de Macaeros ou Maqueronte, na Pereia, após o longo cativeiro de meses, a sua voz foi silenciada pela espada do sicário Herodes Antipas, por solicitação de Salomé, filha da sua mulher ambiciosa e atormentada...
*   *   *
Na madrugada espiritual que passou a vestir Israel de luz,o canto de amor começou a ecoar desde as praias do mar da Galileia até a tórrida Judeia, dos contrafortes dos montes Galaad, da cadeia de Golan até a longínqua região do Aravá, o vale que se estende além do Mar Morto, por toda parte.
As multidões que acorriam para vê-lO, para ouvi-lO, eram mais ou menos iguais às de hoje, ansiosas e sofredoras, inebriando-se com a melodia rica de beleza, de suavidade, de esperança.
As ráfagas ora brandas da alegria penetravam os casebres e os bordéis, as sinagogas e as ruas, diminuindo a aspereza do sofrimento.
Os corpos em decomposição refaziam-se ao delicado toque das Suas mãos, enquanto os olhos apagados recuperavam a clara luz da visão, os ouvidos moucos se abriam aos sons e a Natureza explodia em festa de perfume e de estesia.
Por onde Jesus passava nada permanecia como antes.
O Messias do amor chegara sem exércitos, sem clarins anunciadores, sem forças de impiedade e, por isso, não foi bem recebido pela ímpia Judeia, pelos iludidos do mentiroso poder temporal.
Seu incomparável canto ainda prossegue, há dois mil anos incessantes, convidando com invulgar ternura: - Vinde a mim e eu vos consolarei...
Incompreendido ainda hoje, submetido às nefárias paixões dos séculos, imposto a ferro e a fogo no passado, deixado ao abandono, jamais se apagou da memória da Humanidade que sempre O tem necessitado.
E hoje, como naqueles dias de turbulências e de incompreensões, de poder mentiroso e arrogância doentia, a Sua música prossegue e é ouvida somente por aqueles que silenciam o tormento, deleitando-se com o Seu convite e declaração graves: -É leve o meu fardo e suave o meu jugo. Vinde!
Ele veio como uma primavera de bênçãos para sempre e aguarda!
Amélia Rodrigues
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de
 31 de julho de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 6.1.2014.