A gravidez na adolescência é um dos grandes problemas-desafio da atualidade, em razão do número crescente de jovens despreparadas para a maternidade, que se deparam em situação deveras perturbadora, gerando grave comprometimento social.
Dominados pela curiosidade e espicaçados por uma bem urdida estimulação precoce, que faculta a promiscuidade dos relacionamentos, os adolescentes facilmente se entregam às experiências sexuais sem nenhuma preparação psicológica, menos ainda responsabilidade de natureza moral.
Desconhecendo os fatores propiciatórios da fecundação e sem qualquer orientação cultural em torno do intercâmbio sexual, permitem-se o intercurso dessa natureza com sofreguidão e sob conflitos, tendo de enfrentar o gravame da concepção fetal.
Ao darem-se conta da ocorrência inesperada, recorrem a expedientes perigosos, a pessoas inescrupulosas, quase sempre interessadas na exploração da ignorância, e culminam na execução do crime covarde do aborto clandestino, com todos os riscos decorrentes dessa atitude cruel.
Iniciada a malfadada fuga, novas ocorrências criminosas têm lugar, porque o adolescente perde a identidade moral e, aturdido, deixa-se arrastar a novos tentames, cujos resultados são sempre infelizes. Quando isso não ocorre, porque destituídos do sentimento de amor, que os poderia unir, são as futuras mães deixadas a mercê da família ou da própria sorte, trazendo ao mundo os desamparados rebentos que experimentarão a orfandade, não obstante os pais desorientados permaneçam vivos.
Joanna de Angelis
Do livro: Adolescência e Vida
*"Seguindo esta belíssima orientação, nada mais justo do que procurarmos ver de forma diferenciada, os modernismos tão presentes nas famílias, onde as ocorrências de gravidez prematura tem ocorrido de maneira muito constante, onde os pais tendem a culpar o mundo, quando as amostras de irresponsabilidade educacional estão contidas nos conceitos errôneos de que os jovens não devem ser privados dos movimentos e acontecimentos que a fase da vida lhes facilita, agregados ao desequilíbrio moral e espiritual que a maioria das famílias têm vivido.
Pensemos nisso, para que no futuro não tenhamos mais e mais exemplos de crianças concebendo crianças, e cada vez mais, pais tentando se esconder atrás de julgamentos indébitos e muitas vezes, indo atrás de benefícios materiais baseados em opiniões que não passam de uma prova de ignorância e desleixo de criaturas inescrupulosas e sem princípios da moral cristã."