Uma fábula espírita

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O Vento
FÁBULA ESPÍRITA
Quanto maior a repercussão da crítica,
tanto maior bem poderá fazer, ao chamar a
atenção dos indiferentes. (Allan Kardec)

Queria o vendaval reinar sobre a planície
Em seu impulso impetuoso,
E atormentava toda a superfície,
Até um secular olmo enorme e nodoso.
Dos fecundos ramais – dizia ele – a semente
Podia a terra
encher, germinar e crescer;
Previmos uma luta, e aguardamos pra ver
Que impedimento houvesse ao meu poder ingente.
E aos verdes penachos pequenos
Os seus golpes desfolhavam;
Em rápidos bulcões vão-se nos ares plenos
Os grãos que, entretanto, escapavam
Ao sopro que se esforça em seus vôos levar,
E ao solo porém vão parar.
Ah! Contra as leis do Amor e da Sabedoria,
Diante do Espiritismo, árvore da verdade,
O vento da incredulidade
Sopra e ulula em vão, dia a dia.
Faz nascer e crescer o que julga oprimir:
E o ajuda a semear... nunca ao bom germe delir.

C. Dombre (de Marmande)

Extraído da Revista Espírita, Feb, edição de fevereiro de 1862.
Allan Kardec