O século XIX desenrolava uma torrente de
claridades na face do mundo, encaminhando todos os países para as reformas
úteis e preciosas. As lições sagradas do Espiritismo iam ser ouvidas pela Humanidade sofredora. Jesus, na
sua magnanimidade, repartiria o pão sagrado da esperança e da crença com todos
os corações.
Allan Kardec, todavia, na sua missão de esclarecimento e
consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores,
cuja ação regeneradora não se manifestaria tão somente nos problemas de ordem
doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século
XIX.
A Ciência, nessa época, desfere os voos soberanos
que a conduziriam às culminâncias do século XX. O progresso da arte tipográfica
consegue interessar todos os núcleos de trabalho humano, fundando-se
bibliotecas circulantes, revistas e jornais numerosos. A facilidade de
comunicações, com o telégrafo e as vias férreas, estabelece o intercâmbio
direto dos povos.
A literatura enche-se de expressões notáveis e
imorredouras. O laboratório afasta-se definitivamente da sacristia,
intensificando as comodidades da civilização. Constrói-se a pilha de coluna,
descobre-se a indução magnética, surgem o telefone e o fonógrafo. Aparecem os
primeiros sulcos no campo da radiotelegrafia, encontra-se a análise espectral e
a unidade das energias físicas da Natureza.
Estuda-se a teoria atômica e a fisiologia assenta
bases definitivas com a anatomia comparada. As artes atestam uma vida nova. A
pintura e a música denunciam elevado sabor de espiritualidade avançada.
A dádiva celestial do intercâmbio entre o mundo
visível e o invisível chegou ao planeta nessa onda de claridades inexprimíveis.
Consolador da Humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha
esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito aproveitamento
de tantas riquezas do Céu.
Fonte: Livro A Caminho da Luz. Cap. XXIII. O
Século XIX. Emmanuel/Chico Xavier