O Namoro Ensaiando o Futuro


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Uma das experiências mais gratificantes da adolescência é o
namoro. Uma forma de compartilhar emoções e ideais, de
dividir angústias e esperanças. É um ensaio para a vida afetiva
mais plena, ou pelo menos deveria ser, pois o jovem não
distingue ainda muito bem a diferença entre gostar e amar. Em
alguns casos envolve-se sexualmente com a namorada ou
namorado, não conseguindo relacionar muito bem, por exemplo,
sexo com gravidez. Seja por influência dos meios de
comunicação, seja por pura desinformação ou mesmo
irresponsabilidade, tais experiências costumam ser mais
traumatizantes do que prazerosas, comprometendo muitas vezes
toda a existência terrena.
Há uma grande diferença entre gostar e amar. Gostamos de
nadar, de andar de bicicleta e de ir ao cinema, sem que nos
dediquemos integralmente a isso. São atividades esporádicas
que nos trazem satisfação íntima. Gostar não é o nome de uma
emoção. Equivale a desfrutar, querer, preferir e, algumas vezes,
escolher. Amar relaciona-se a emoções. Implica atitudes de
solicitude, de benevolência e atenção pelo ser amado. Existem
casos de amor sem esperança de reciprocidade e que nem por
isso são menos intensos e verdadeiros. Há o amor que floresce e
se dedica integralmente ao ser amado no silêncio do mundo
íntimo. Como foi dito antes, o amor, diferentemente da paixão,
é pleno em si mesmo. A isso se refere Robert Brown em seu
livro “Analisando o amor”.
Será que existe uma maneira de se saber quando se está
enamorado de alguém? Sim, normalmente se sente um grande
desejo de ser inseparável da pessoa amada. Um grande interesse
em unir os dois cotidianos e de dividir momentos de alegria e
tristeza. Pode acontecer, entretanto, que uma pessoa goste de
alguns aspectos de outra e que por isso não pretenda estar com
ela constantemente.

Do livro: Adolescente, Mas de Passagem (Um ensaio espírita sobre a adolescência e a juventude)
Autor: Paulo R. Santos